domingo, 17 de abril de 2011

DIÁLISE

Diálise


A diálise é o processo de extracção dos produtos residuais e do excesso de água do corpo.
Há dois métodos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal. Na hemodiálise extrai-se o sangue do corpo e bombeia-se para o interior de um aparelho que filtra as substâncias tóxicas, devolvendo à pessoa o sangue purificado. A quantidade de líquido devolvido pode ser ajustada.
Na diálise peritoneal introduz-se dentro da cavidade abdominal um líquido que contém uma mistura especial de glicose e de sais que arrasta as substâncias tóxicas dos tecidos. Depois extrai-se o líquido e despeja-se. A quantidade de glicose pode ser modificada para extrair mais ou menos líquido do organismo.
Razões para efectuar uma diálise
Os médicos decidem começar a diálise quando a insuficiência renal causa um funcionamento anormal do cérebro (encefalopatia urémica), inflamação do invólucro do coração (pericardite), uma elevada acidez do sangue (acidose) que não responde a outros tratamentos, insuficiência cardíaca ou uma concentração muito elevada de potássio no sangue (hiperpotassemia). A reversão dos sintomas de alteração do funcionamento cerebral causados pela insuficiência renal, uma vez iniciada a diálise, precisa em regra de vários dias e, raramente, até duas semanas de tratamento.
Muitos médicos usam a diálise de forma preventiva em caso de insuficiência renal aguda, quando a produção de urina é baixa, e continuam o tratamento até que as análises de sangue indiquem que a função renal está a ser recuperada. No caso de uma insuficiência renal crónica, pode-se começar com a diálise quando as provas indicam que os rins não estão a extrair os produtos de excreção de modo suficiente, ou quando a pessoa já não pode levar a cabo as suas actividades diárias habituais.
A frequência das sessões de diálise varia de acordo com o nível de função renal restante, mas habitualmente requer-se diálise três vezes por semana. Um programa de diálise permite levar uma vida razoavelmente normal, ingerir uma dieta adequada, dispor de uma contagem aceitável de glóbulos vermelhos, ter uma pressão arterial normal e não desenvolver qualquer lesão nervosa. Pode usar-se a diálise como terapia a longo prazo para a insuficiência renal crónica ou como medida provisória até que se possa efectuar um transplante de rim. Nos casos de insuficiência renal aguda, a diálise pode ser necessária apenas durante alguns dias ou semanas, até que se restabeleça a função renal.
Também se pode usar a diálise para eliminar certos medicamentos ou tóxicos do organismo. A pessoa sobrevive com frequência à intoxicação caso lhe seja proporcionada assistência respiratória e cardíaca imediata enquanto o tóxico é neutralizado.
Problemas
Os pacientes que se submetem a diálise precisam de dietas e medicamentos especiais. Devido ao escasso apetite e à perda de proteínas durante a diálise peritoneal, estas pessoas precisam em geral de uma dieta relativamente rica em proteínas, cerca de 0,5 g de proteínas diárias por cada quilograma de peso ideal. Para os que estão em hemodiálise, a ingestão de sódio e potássio deve reduzir-se a 2 g por dia de cada um. Também se deve restringir o consumo de alimentos ricos em fósforo. O consumo diário de bebidas é limitado apenas naqueles indivíduos que têm uma concentração persistentemente baixa ou decrescente de potássio no sangue. É importante controlar o peso diariamente, visto que um aumento excessivo de peso entre as sessões de hemodiálise sugere um consumo exagerado de líquidos. Para as pessoas em diálise peritoneal, as restrições de potássio (4 g por dia) e de sódio (de 3 g a 4 g diários) são menos severas.
São precisos suplementos multivitamínicos e de ferro para substituir os nutrientes que se perdem através da diálise. Contudo, as pessoas submetidas a diálise e também a transfusões de sangue muitas vezes recebem demasiado ferro, já que o sangue contém grandes quantidades deste mineral; por conseguinte, não devem tomar suplementos do mesmo. Podem-se fornecer hormonas, como a testosterona ou a eritropoietina, para estimular a produção de glóbulos vermelhos. Os compostos a que adere o fosfato, como o carbonato de cálcio ou o acetato de cálcio, utilizam-se para eliminar o excesso de fosfato.
A baixa concentração de cálcio no sangue ou uma doença óssea por hiperparatiroidismo grave podem ser tratadas com calcitriol (uma forma de vitamina D) e suplementos de cálcio.
A hipertensão arterial é frequente entre os indivíduos que sofrem de insuficiência renal. Em aproximadamente metade deles pode-se controlar simplesmente extraindo líquido suficiente durante a diálise. A outra metade pode precisar de fármacos para diminuir a pressão arterial.
Os tratamentos regulares mantêm com vida os doentes que precisam de diálise crónica, Contudo, muitas vezes a diálise causa stress porque as sessões têm de fazer-se várias vezes por semana e durante várias horas.
As pessoas submetidas a diálise podem experimentar limitações em todos os aspectos da sua vida. A potencial perda de independência pode chegar a ser especialmente frustrante. Estas pessoas estão sob a dependência da equipa de terapia. Os pacientes submetidos a hemodiálise precisam que o seu transporte para os centros de tratamento seja organizado de modo regular, porque devem ter um acesso ininterrupto a esta terapia. As sessões de diálise, planificadas muitas vezes de acordo com a conveniência de outros, influem nos horários laborais ou escolares e nas actividades de ócio. Um posto de trabalho a tempo completo poderá ser qualquer coisa de impossível. As pessoas submetidas a diálise podem precisar de ajuda por parte da comunidade para fazerem frente aos custos elevados do tratamento, dos medicamentos, das dietas especiais e do transporte. As pessoas de idade submetidas a diálise podem tornar-se mais dependentes dos seus filhos ou podem ser incapazes de viver sozinhas. Muitas vezes, têm que se modificar as responsabilidades e os papéis estabelecidos para os adaptar à rotina da diálise, criando stress e sentimentos de culpa e incapacidade.
As pessoas em diálise também enfrentam alterações perturbadoras da sua própria imagem e das funções corporais. As crianças com problemas de crescimento podem sentir-se isoladas e diferentes dos companheiros. Os jovens e os adolescentes que normalmente se questionam sobre a sua própria identidade, independência e imagem corporal, podem encontrar mais problemas deste tipo, se estiverem submetidos a diálise.
Como consequência destas perdas, muitas pessoas que estão em diálise deprimem-se e tornam-se ansiosas. Todavia, a maioria dos indivíduos adapta-se à diálise. A maneira como as pessoas em programa de diálise (assim como a sua equipa de terapia) enfrenta estes problemas afecta não apenas a sua adaptação social, mas também a sua sobrevivência a longo prazo. Os problemas psicológicos e sociais em geral diminuem quando os programas de diálise motivam as pessoas a ser independentes e a assumir outra vez os seus interesses anteriores.
A assistência psicológica e de trabalho social é útil, tanto para as famílias como para as pessoas em programa de diálise, nos casos de depressão, problemas de comportamento e circunstâncias que impliquem perdas ou modificações dos costumes. Estas equipas são formadas por assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras. Muitos centros de diálise oferecem apoio psicológico e social.

Um comentário:

  1. DIÁLISE É DIFERENTE DA HEMODIÁLISE,MAS TAMBÉM AJUDAM O PACIENTE A OBTER MAIS AUTO-CONFIANÇA!

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